O estudo sobre o impacto do cinema na violência que acontece na vida real «não só é apropriado, como chega com atraso», disse o cineasta Robert Redford na abertura, esta quinta-feira, do festival de cinema independente de Sundance.
O fundador do festival também sugeriu uma possível ligação entre as armas e as receitas de bilheteira, numa conferência de imprensa em Park City, nas montanhas do Utah (oeste dos Estados Unidos).
«Recordo que quando começámos o festival de Sundance em 1980, (o presidente Ronald) Reagan levou um tiro. E eu me lembro de se ter falado do controlo de armas na altura», disse Redford quando lhe pediram opinião sobre o debate lançado pelo massacre na escola de Newton, no Connecticut.
«Passaram 30 anos e parece-me que este diálogo não só é apropriado, como chega com atraso», disse.
Após a matança em Newton que resultou na morte de 20 crianças e seis adultos, o presidente Barack Obama propôs a proibição de compra de espingardas e carregadores de alta capacidade e a criação de um registo de todas as vendas de armas no país.
Redford disse que, ainda há pouco tempo, caminhava por Los Angeles quando viu dois enormes cartazes que promoviam dois sucessos de bilheteira em que os atores usavam armas.
«Pensei: a minha indústria acredita que as armas ajudam a vender bilhetes? Não sei, é uma pergunta. Talvez sim», questionou. «Parece-me uma pergunta que vale a pena fazer, talvez haja uma razão».
Fundado por Redford para dar visibilidade às produções independentes americanas e internacionais, Sundance é uma voz dissonante e única num mercado amplamente dominado por Hollywood.
O festival, que dura até 27 de janeiro, apresentará 119 longas-metragens de 32 países, entre as quais 51 estreias mundiais.
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