O cineasta Manoel de Oliveira mostrou-se esta quarta-feira «sensibilizado» pelo «acolhimento excecional» que teve no Teatro Rivoli, no Porto, durante a 33.ª edição do Fantasporto, que comemora os 70 anos da primeira longa-metragem do cineasta, "Aniki Bobo".
«Muito boa-noite e obrigada pelo vosso aplauso que me comove muito, 70 anos depois de estrear o 'Aniki Bobó'», começou por dizer o cineasta de 104 anos, perante uma plateia numerosa que o esperava no Rivoli para a exibição do seu filme.
O cineasta recordou que «quando [o filme] foi apresentado em Lisboa e no Porto, teve de ser retirado do ecrã por falta de público». A longa-metragem foi então «muito mal acolhida pelo público, influenciado pela crítica» da época, acrescentou. «Agora, passados 70 anos, tem um acolhimento excecional e eu fico sensibilizado e reconhecido. Muito obrigado», rematou o realizador.
Manoel de Oliveira assistiu hoje à exibição de "Aniki Bobo", uma longa-metragem de 1942, que conta as peripécias de infância de três crianças, Teresinha, Carlitos e Eduardo.
«É um filme que marcou o cinema mundial, é o primeiro filme do neo-realismo que foi feito a nível mundial», assinalou o diretor do festival Fantasporto, Mário Dorminsky.
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