sábado, 30 de março de 2013

Preços simbólicos marcam regresso de cinema a Bragança

Bragança está sem cinema há mais de um ano e uma galeria decidiu oferecer à população o que a cidade não tem, com ciclos de filmes temáticos que permitem também fruir de outras artes a preços simbólicos.
Por apenas um euro, a Galeria História e Arte permite, todas as segundas-feiras à noite, assistir a um filme e apreciar as exposições de pintura e escultura patentes numa neste espaço localizado na zona histórica de Bragança.
O projecto cultural sem fins lucrativos nasceu há seis anos, quando a responsável Emília Nogueiro, licenciada em História, notou que faltava quem guiasse os turistas pelo património do centro histórico de Bragança. Começou por fazer visitas guiadas, seguiu-se a instalação da galeria parar dar espaço aos talentos locais e com o mesmo propósito de preencher lacunas na cidade e chamar públicos surge agora o cinema, como contou a própria à Lusa.
O mês de Abril será dedicado ao cinema ligado ao teatro depois do ciclo inicial de filmes italianos que levaram António Ribeiro Alves pela primeira vez àquele espaço.
«Esta iniciativa é a todos os títulos louvável porque é a única maneira de trazer cinema diferente à população e é uma oportunidade de ter contacto com a arte, não só cinema, mas também com a escultura e pintura. É todo um ambiente muito bom para fruir a arte», considerou.
As últimas duas salas de um centro comercial encerraram em Janeiro de 2012.
Rita louva a iniciativa particular e aproveita para exortar «as entidades competentes, nomeadamente a Câmara Municipal» para terem em atenção «a necessidade de desenvolver uma política cultural efectiva para a população de Bragança».
«Para além da programação mais habitual e consistente do Teatro Municipal de Bragança, não há assim muitas escolhas e, de facto o encerramento dos cinemas veio agravar essa situação», apontou.
A responsável pela galeria, Emília Nogueiro, ressalvou que «a intenção não é simular um cinema, mas manter a prática de ver cinema e conjunto».
«Já estávamos nós com saudades de ver cinema e começou por aí um pouco a ideia. Estávamos com vontade de nos juntar para ver cinema» contou à Lusa.
As sessões têm tido «casa cheia» o que surpreendeu até os promotores, que não estavam «convencidos de que havia tanta gente a sentir a falta do cinema».
«A cidade não oferece, nós desenvolvemos» tem sido o lema da associação que sustenta o projecto que arrancou com as visitas ao património históricos da cidade, hoje em dia procuradas, sobretudo por agências de turismo espanholas.
Nos últimos anos, contabilizaram mais de 20 exposições de artes plásticas, desde a pintura nas várias técnicas, da escultura, vídeo, e também performances e ateliers de fotografia, desenho, pintura.
O dinheiro que cobram é apenas para cobrir as despesas e têm conseguido chamar públicos, mas Emília encontra «pouca abertura» na cidade para trabalhar em conjunto.
«Se trabalhássemos com mais parcerias, em conjunto com outras instituições, seria com certeza mais conveniente para o turismo da região, para a cultura da região, para as áreas que estamos a trabalhar», defendeu.

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