quarta-feira, 13 de março de 2013

Irão contrata advogada francesa para processar produtores de "Argo"

O governo do Irão pretende processar Hollywood pela produção de filmes como "Argo", o vencedor do Óscar deste ano, que segundo as autoridades de Teerão promovem sentimentos contra a República Islâmica, informou nesta quarta-feira o jornal governamental em inglês Tehran Times.
Por enquanto, o Governo de Teerão não precisou perante que tribunais poderia interpor o processo contra a indústria americana do cinema de Hollywood, mas entrou em contato com a advogada francesa Isabelle Coutant-Peyre para estudar uma fórmula.
 Numa conferência intitulada "A fraude de Hollywood", organizada nestes dias em Teerão pelo Ministério de Cultura e Orientação Islâmica, Coutant-Peyre afirmou que apoiará a causa iraniana. «Eu representarei o Irão contra filmes como 'Argo', produzidos por Hollywood para criar uma má imagem do Irão», segundo reproduz nesta quarta-feira o Tehran Times.
 «Estarei junto com o povo iraniano para informar ao mundo sobre a difusão de propaganda contra o Irão», disse a advogada na reunião, na qual o Governo de Teerão pretende «denunciar a iranofobia».
 Além disso, Coutant-Peyre afirmou que o filme é distribuído na França por uma companhia «dirigida por um cidadão israelense cuja mãe é a líder do 'lobby' sionista na Alemanha».
 Coutant-Peyre é conhecida como advogada defensora do terrorista venezuelano Ilich Rodríguez Sánchez, apelidado de "Carlos, o Chacal", condenado na França em 1997 à prisão perpétua por vários atentados, com pelo menos 11 mortos, nos anos 80, após ter sido detido no Sudão e extraditado em 1994.
 Após a entrega no mês passado do Óscar de melhor filme a "Argo", de Ben Affleck, o Governo iraniano disparou contra o filme, e o ministro da Cultura, Mohamad Hosseini, disse que o longa «carece de valor artístico» e é «anti-iraniano».
 Hosseini acrescentou que «não esperávamos que os inimigos do Irão fizessem nada de bom» e considerou que "Argo", um drama político sobre o resgate de seis funcionários da Embaixada dos EUA em Teerão em 1980, obteve o Óscar graças a «um grande investimento e muita propaganda para atrair a atenção internacional».
 O ministro afirmou, além disso, que a República Islâmica produzirá filmes que «respondam» ao que denominou «atuação de Hollywood contra o Irão».
 O fato de que Michelle Obama, a esposa do presidente de EUA, fora a encarregada, através de um vídeo, de abrir o envelope e anunciar a "Argo" como vencedora na gala dos prémios Óscar, foi também visto como um sinal de «politização» dos prémios.
 Embora "Argo" esteja proibido no Irão, não é difícil conseguir cópias piratas em DVD distribuídas por vendedores de rua.

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