Depois da trilogia "O Senhor dos Anéis", a Nova Zelândia aposta em "O Hobbit", a nova trilogia de Peter Jackson filmada nas paisagens do país, para impulsionar o turismo, prejudicado pela crise e pelo terramoto de 2011 na região.
O realizador voltou a adaptar uma obra de J.R.R. Tolkien, e o primeiro filme, "O Hobbit: Uma Viagem Inesperada", chega em dezembro às salas de cinema em todo o mundo.
Na esperança de que a fita, totalmente rodada na Nova Zelândia, seja tão bem sucedida como a saga "O Senhor dos Anéis", os responsáveis pelo turismo na região lançaram uma campanha com um orçamento avultado com base no universo da Terra Média, o mundo ficcional inventado por Tolkien e presente em ambas as sagas.
O diretor do Turismo da Nova Zelândia, Kevin Bowler, acredita que, graças ao esplendor do «país de longa nuvem branca» - o nome maori do arquipélago neozelandês - o filme vai trazer uma exposição global, que pode traduzir-se no aumento do número de visitantes.
«Queremos mostrar aos turistas que a magia da Terra Média é de facto uma realidade na Nova Zelândia», disse.
Desde o lançamento do último capítulo de "O Senhor dos Anéis", há nove anos, que o turismo na Nova Zelândia decresceu. Entre 2000 e 2006, o número de visitantes passou de 1,5 milhões para 2,4 milhões, mas nos últimos quatro anos, nunca atingiu os 2,5 milhões.
Uma pesquisa recente da Associação da Indústria de Turismo revelou que a Nova Zelândia é cada vez menos procurada.
«Isto deve-se, em parte, ao aumento da concorrência de outros destinos e também à má situação económica dos países de onde vem os turistas», indica a pesquisa.
O terramoto que atingiu Christchurch (ilha do sul) em 2011, causando 185 mortes, e o valor de câmbio do dólar neozelandês também são fatores a ter em conta.
David Gatward-Ferguson, operador de turismo, conta que, quando estreou "O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel" estreou, em 2001, os profissionais foram surpreendidos com o número de turistas que procuravam visitar os locais das filmagens.
«No início, estávamos sobrecarregados e tínhamos que marcar as viagens com um ou dois anos de antecedência para lidar com a procura», disse, lembrando que na época o dólar estava no nível mais baixo desde há 25 anos e a economia global prosperava.
Na altura, reorganizou o seu circuito de eco-aventura em torno do tema da Terra Média, com trajes de Tolkien e comentários na língua dos elfos. Para a antestreia mundial de "O Hobbit" a 28 de novembro, a Nova Zelândia Turismo investiu 900 mil euros e mudou o seu slogan «Nova Zelândia 100% autêntica» para «100% Terra Média».
O governo de Wellington também está convencido de que o turismo irá aumentar. Em 2010, quando uma disputa trabalhista quase levou a um abandono do local das filmagens, o Parlamento alterou o código de trabalho para garantir que o filme ali fosse rodado.
A companhia aérea nacional, a Air New Zealand, foi uma das primeiras empresas a aderir à campanha. Num vídeo produzido por Peter Jackson e exibido antes de cada descolagem, Bilbo e os seus companheiros substituem de maneira bem-humorada os comissários de bordo e transmitem as regras básicas de segurança.
No entanto, cético quanto ao método, David Gatward-Ferguson ainda quintuplicou sua frota de autocarros de viagem, onde figuram os heróis de Tolkien, Bilbo, Smaug e Thorin.
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