segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Realizador João Viana prepara dois novos documentários

O realizador luso-angolano João Viana, que tem dois filmes presentes no festival de cinema que decorre em Berlim, adiantou à Lusa que está a preparar dois documentários no seguimento das obras agora projetadas na capital alemã.
Após ter realizado uma curta e uma longa-metragem rodadas na Guiné-Bissau, em que são narrados os efeitos pós-coloniais e o clima de instabilidade do país numa aldeia de músicos mandingas, João Viana prepara agora com a sua equipa de realização dois documentários em torno da mesma temática.
«Um documentário é sobre o processo sonoro dos filmes» que agora são apresentados em Berlim, referiu à Lusa o realizador à margem do festival berlinense, salientando que a música dos filmes foi produzida pelo percussionista português Pedro Carneiro «sobre uma matriz da música Mandinga».
O segundo documentário, realizado pelo seu assistente Paulo Carneiro, «relata um naufrágio que tivemos na Guiné-Bissau num barco com 109 pessoas a bordo», adiantou o realizador.
Relativamente à presença dupla na 63ª edição do Festival de Cinema de Berlim, com a curta-metragem "Tabatô" e a longa-metragem "A Batalha de Tabatô", João Viana afirma que apesar de poder ganhar prémios, «o mais fantástico é a projeção internacional que os trabalhos estão a ter».
«Este é o primeiro festival do ano, o que tem um grande impacto no que acontecerá ao longo de 2013», disse o realizador nascido em Angola, referindo que o principal feito de estar presente nesta competição é a «possibilidade dos filmes poderem dar dez voltas ao mundo e serem comprados em diversos países».
Apesar da rodagem de ambos os filmes ter sido feita na Guiné-Bissau e os atores serem os mesmos, João Viana descarta a possibilidade do rótulo de que "A Batalha de Tabatô" seja a versão longa de "Tabatô", que concorre ao Urso de Ouro, galardão que João Salaviza conquistou em 2012 com a curta-metragem "Rafa".
«Um filme tem dez minutos e o outro 80 e não se pode dizer que a longa seja o seguimento da curta, pois resulta completamente diferente», diz o realizador, exemplificando que «Eça de Queirós fez um conto chamado Civilização que depois transformou-o para a Cidade e as Serras e o segundo livro não é o prolongamento do primeiro».

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