sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Portugal é o segundo país da europa a ir menos ao cinema

Dados do Relatório do Observatório Europeu do Audiovisual, hoje divulgados, apontam Portugal como o segundo país da União Europeia (UE) que mais espetadores de cinema perdeu em 2012, relativamente a 2011.
Revelados na abertura do Festival de Berlim, os dados apontam para uma quebra na ordem dos 12,3% de entradas em Portugal, só ultrapassada tangencialmente pela Bulgária, que registou uma descida de 12,6% de espetadores de cinema em 2012, em relação ao ano anterior.
Segundo os mesmos dados, as receitas das bilheteiras lusas desceram 7,6%, quando comparadas com os valores de 2011, constituindo a terceira maior descida no espaço da UE (e na Europa), depois da Eslovénia (-8.3%) e da Itália (-8%).
No mesmo período, o share da produção nacional (quota de exibição), em 2012, subiu 4,8%, em Portugal, o que corresponde à segunda maior subida na UE e na Europa, depois da Finlândia (10%), tendo em conta os valores de 2011.
No sentido inverso, as maiores quedas foram verificadas na Polónia (-15,2%), Itália (-11%) e Lituânia (-7,2%).
"Tabu", de Miguel Gomes, prémios da Crítica e da Inovação, no Festival de Berlim, em 2012, "Rafa", a «curta» de João Salaviza, também distinguida com o Urso de Ouro do certame da capital alemã, "Florbela", de Vicente Alves do Ó, "Aristides de Sousa Mendes", de Francisco Manso e João Correa, e "O Gebo e a Sombra", de Manoel de Oliveira, além de "As linhas de Wellington", de Valeria Sarmiento, e "Cosmopólis", de David Cronenberg, ambos produzidos por Paulo Branco, foram alguns dos filmes portugueses, entre os mais vistos, no ano passado.
As maiores quotas nacionais de mercado, em termos europeus, foram registadas, no entanto, na Turquia (46,6%), França (40,2%), Reino Unido (32,1%), Dinamarca (28,5%) e Finlândia (28%).
Segundo os dados preliminares do Observatório Europeu do Audiovisual, em todo o continente europeu registou-se uma acentuada queda de entradas, em relação a 2011, mas os países nórdicos, russos e turcos contrariaram esta tendência, com fortes subidas.
A maior subida registou-se na Bósnia e Herzegovina (37,9%), enquanto na Rússia se registou um aumento de 5,8% de público e, na Turquia, um crescimento de 3,9%. A Finlândia lidera o grupo de países nórdicos, com uma subida de 19%.
No total dos 28 países da União Europeia, registou-se um decréscimo de 2,4% de público, nos cinemas, em 2012, em relação ao ano anterior.
Em França, Reino Unido, Alemanha e Itália que representam cerca de dois terços das entradas da UE, verificou-se uma queda de 2,8%, em 2012, com as reduções na França e Itália a superarem os ganhos no Reino Unido e na Alemanha
O relatório levanta a possibilidade de as altas taxas de pirataria «online» serem as responsáveis pela quebra na compra de entradas nos cinemas.
No tocante às produções norte-americanas, mantiveram, em 2012, a média de entradas, do ano anterior, 66%.
Desde 2009, regista-se na UE uma tendência de queda nas entradas de cinema, com uma taxa de variação média de -1,2% ao ano.
No conjunto do continente europeu verifica-se uma tendência de descida das entradas no cinema, em 2012, com menos 0,9% do que em 2011.
Em relação aos dados mundiais, os Estados Unidos mantêm a liderança, tendo registado uma subida de 5,9%, em número de bilhetes vendidos, em 2012.
No mesmo período, a China subiu para segundo maior mercado mundial, com um crescimento de 33%, em relação a 2011, e, no terceiro lugar surge o Japão, que registou um aumento de 7,7%.
Os números hoje divulgados em Berlim constituem os dados preliminares do observatório, que deverá apresentar em maio o relatório final relativo ao ano de 2012.

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