Os filmes "Tabu", de Miguel Gomes, e "O gebo e a sombra", de Manoel de Oliveira, foram eleitos os melhores de 2012 pelo jornal francês Le Monde, que escolheu ainda "Cosmopolis", de David Cronenberg, produzido por Paulo Branco.
«Num contexto de crise, o ano cinematográfico ficou marcado por filmes de uma vitalidade plural e mutante, como 'Tabu' e 'Holy Motors' [de Leos Carax], que dominam as escolhas dos críticos do Le Monde, explica o diário francês.
Os críticos de cinema do jornal elencam as suas escolhas individuais e em quase todos sobressai "Tabu", longa-metragem de Miguel Gomes que estreou em mais de 40 salas em França e conquistou grande atenção internacional ao longo de 2012.
O filme, uma trama amorosa rodada a preto e branco, passada entre a atualidade em Portugal e o passado numa África colonial, numa história sobre memória e a perda e a melancolia, é descrito pelo Le Monde como «uma homenagem à idade de ouro do cinema» e «ao império do cinema mudo».
Para alguns dos críticos, "Tabu", protagonizado por Laura Soveral, Ana Moreira, Teresa Madruga e Carloto Cotta - surge lado a lado com "Holy Motors", de Leos Carax, "Oslo, 31 de agosto", de Joachim Trier, "Twixt", de Francis Ford Coppola, e "Moonrise Kingdom", de Wes Anderson.
"Tabu", terceira longa-metragem de Miguel Gomes, tinha já integrado as listas dos melhores filmes de 2012 das revistas Cahiers du Cinema, Sight & Sound e New Yorker.
Depois de premiado em vários festivais, nomeadamente em Berlim, "Tabu" está ainda nomeado para melhor filme estrangeiro pela Associação de Críticos de Londres.
Sobre 2012, o Le Monde elegeu ainda "O gebo e a sombra", de Manoel de Oliveira, a partir de uma peça de teatro de Raul Brandão, filme já exibido também no circuito francês.
Para os críticos do jornal, Manoel de Oliveira, 104 anos, fez «a fábula mais pertinente sobre os prejuízos de um neoliberalismo sem ética», num tempo marcado pela «crise económica, moral, cultural e estética».
Destaque ainda para "Cosmopolis", adaptação de David Cronenberg, sobre a vertigem do capitalismo a partir do relato de um corretor financeiro.
O filme foi produzido por Paulo Branco, que sugeriu ao realizador canadiano David Cronenberg a adaptação cinematográfica de um romance do escritor norte-americano Don Dellilo, escreve a Lusa.
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