A 21ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens em Vila do Conde, que decorre a partir 6 de julho, recebeu «cerca de três mil» filmes para as suas competições, e França é o país que mais se destaca.
Em declarações à agência Lusa, Miguel Dias, da organização do festival, afirmou que este número «atesta o reconhecimento pelo festival um pouco por todo o mundo», e França destaca-se «por ter uma produção bastante boa e numerosa».
«Já não tentamos bater recordes nesse aspeto. O que nos interessa agora é garantir a qualidade», explicou o responsável.
Os principais critérios de seleção dos filmes são «sobretudo subjetivos», mas assentam na procura de diversidade de géneros (ficção, animação, documentário), representatividade a nível geográfico, e os filmes internacionais deverão ser estreias absolutas em Portugal.
Miguel Dias revelou que «raramente existem filmes que consigam unanimidade» no comité, visto que são cerca de 20 pessoas.
A programação da 21ª edição do Curtas de Vila do Conde baseia-se nas competições nacionais e internacionais, «mais generalistas», num total de 80 sessões em nove dias.
A competição experimental Take One é destinada a curtas-metragens de escolas portuguesas, como a Universidade Católica, a Escola Superior Artística do Porto, Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo ou a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
A «tradicional» exposição apresentada na Galeria Solar, em Vila do Conde, este ano chama-se Film, e pretende «refletir sobre a condição do cinema e a presença física da película enquanto matéria-prima para a expressão artística em plena era digital».
O In Focus, que todos os anos põe em destaque a obra de um realizador, vai contar com a presença do norte-americano Bill Morrison, «cujo trabalho se desenvolve, precisamente, à volta da manipulação da película fílmica».
O projeto Stero volta juntar «imagem em movimento e música» em filmes-concerto.
The Legendary Tigerman volta a encontrar-se no palco do Curtas com Rita Redshoes para o filme "Facínora", de Paulo Abreu.
Também o músico e compositor italiano Alex Puddu vai apresentar a banda sonora de filmes pornográficos dinamarqueses dos anos 70.
O Curtinhas é para a organização «uma secção especial» por ser uma forma de captar a atenção dos mais novos para o cinema e para o festival.
Esta competição infantil, «dirigida sobretudo ao público local», terá como júri 15 crianças que avaliarão os melhores filmes de animação para maiores de três, seis e nove anos.
Nesta edição, o festival vai também estrear as últimas produções do projeto Estaleiro, desenvolvidas em 2012.
Estes filmes reúnem realizadores portugueses e uma equipa de jovens estudantes, como Gonçalo Tocha, que apresenta um filme rodado na comunidade piscatória de Vila Chã, ou André Tentúgal, que mostra uma ficção rodada no Porto.
O financiamento deste «festival de resistência» depende do Instituto de Cinema Audiovisual, do município de Vila do Conde, de entidades privadas e das receitas do próprio evento.
«Continuamos a resistir e de boa saúde em relação aquilo que tem sido nos últimos tempos das políticas culturais e dos efeitos colaterais da crise em Portugal», defendeu Miguel Dias.
A 21ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Vila do Conde decorre de 6 a 14 de julho no Teatro Municipal de Vila do Conde, e os bilhetes custam 3,50 euros.
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