Um novo prémio para melhor curta-metragem portuguesa e uma atenção especial ao cinema brasileiro marcarão a 16.ª edição do Queer Lisboa, o Festival de Cinema Gay e Lésbico que começa esta sexta-feira.
O Queer Lisboa contará este ano com 91 filmes, grande parte dos quais provenientes dos Estados Unidos, Brasil e Portugal, e com primeiras exibições em salas nacionais.
Porque se assinalam as celebrações do Ano do Brasil em Portugal, a organização criou a secção «Queer Brasil», por ser um país «cuja produção cinematográfica recente tem contribuído de forma incisiva para o cinema 'queer'».
Entre os filmes selecionados contam-se curtas-metragens escolhidas pelo festival de cinema Mix Brasil, a comédia «Amores Possíveis» (2001), de Sandra Werneck, «Como Esquecer» (2010), de Malu de Martino, e «Teus olhos Meus» (2011), de Caio Sóh.
Para estimular a produção de cinema português, mesmo em tempo de cortes nos apoios financeiros, o Queer Lisboa decidiu criar uma competição para premiar a melhor curta-metragem, com um prémio no valor de cinco mil euros.
«Este novo prémio não só vai ao encontro de uma crescente presença do cinema nacional de temática 'queer' no festival, como visa igualmente promover e incentivar a produção de novos filmes», justifica a organização.
A concurso estarão «Um Funeral Simples», de Patrícia Bateira, «Fratelli», de Alexandre Melo e Gabriel Abrantes, «Material Love», de José Gonçalves, «Bankers» e «Pix», de António da Silva, «2P2R», de Filipe Afonso, e «Down Here», de Diogo Costa Amarante.
Na competição para melhor longa-metragem está, por exemplo, «A novela das 8» (2001), retrato de Odilon Rocha do Rio de Janeiro, em 1978, ainda num tempo de repressão militar, enquanto na competição de documentário se apresenta «Olhe para mim de Novo» (2011), de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, que integrou este ano o festival de Berlim.
Em estreia nacional será exibido, no dia 22, na secção «Queer Art», a obra «O Rei dos Gnomos», filme experimental de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira composto por 24 vídeos que tomam como ponto de partida a história de Francisco Leitão, que se auto-intitulava 'Rei dos Gnomos' ou 'Rei Ghob'", condenado, em março, a 25 anos de prisão por homicídio e ocultação de cadáver.
Ainda na secção «Queer Art» foi selecionada a longa-metragem «Joshua Tree, 1951: A Portrait of James Dean», de Matthew Mishory, com o ator James Preston no papel principal.
O Queer Lisboa abrirá com «Weekend», produção britânica de Andrew Haigh, que soma quase uma dezena de prémios internacionais, sobre um relacionamento entre dois homens que se conhecem num bar, e encerrará com «Cloudburst», novo filme de Thom Fitzgerald, misto de comédia romântica e road movie, refere a organização.
Estão previstas sessões especiais com a apresentação do documentário «United in anger: A history of act up», de Jim Hubbard, sobre a associação de combate à SIDA Act Up, e a longa-metragem «Chroniques sexuelles d'une familie d'aujourd'hui», de Jean-Marc Barr e Pascal Arnold.
O Queer Lisboa, que termina no dia 26, conta com um orçamento de 181 mil euros, dos quais 82.200 euros são de apoios financeiros diretos, 11.500 euros de receitas próprias e os restantes representam apoios indiretos e logísticos.
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